quarta-feira, 10 de abril de 2013

PASTAGENS DO RELENTO - XXI - DOÇURA

Esta doçura que me invade,
esses lábios de futuro
que passado não serão,
registam nos meus cabelos de tempo
esta vaga sensação de edílios
que se pressentem agnósticos
na ponte das margens inesperadas.
Viagem de emulsões,
forja de pulsações,
onde o ferreiro digital
forja a pressão táctil
que o corpo fecunda
para além de tudo o que é imortal.
Etérea, a doçura prevalece.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Manuscrito de 10 de Abril de 2013, escrito na Biblioteca Nacional de Lisboa, entre as 14H55 e as 15H05.
Postado, no blogue, em 10 de Abril de 2013, na Biblioteca Nacional de Lisboa, entre as 16H01 e as 16H06.

terça-feira, 9 de abril de 2013

PASTAGENS DO RELENTO - XX - ERRÁTICO

Errático,
mariposa febril,
coração flutuante,
poiso do tempo
em sulcos de águas doces,
entre o sal do fogo
e o poema do canto
com que a boca marsupial
fustiga a mariposa
que, frágil,
vagabundeia felina
pelo coração das trevas,
noite que sou,
errático como vou.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Manuscrito de 09 de Abril de 2013, escrito na Biblioteca Nacional de Lisboa, entre as 14H39 e as 14H54.
Postado, no blogue, em 09 de Abril de 2013, na Biblioteca Nacional de Lisboa, entre as 16H17 e as 16H21.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

PASTAGENS DO RELENTO - XIX - O RIBEIRO DO OLHAR

No ribeiro do olhar
um caudal de tumultos serenos,
espelho baço
de reflexos itálicos,
respostas frondosas
sobre águas de dúvidas,
perguntas sem inocências,
palavras que se misturam
na natureza do espanto
com que o olhar descobre
as imprudências do fado
perdido na foz do silêncio,
um abraço letal
que vivifica o ritmo
da sua paisagem natural,
oferecendo ao olhar mortiço
a lonjura da distância,
o revivalismo da infância
onde mora o casebre mítico
da esperança que não se habita.
O ribeiro permanece,
o olhar tudo esquece.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Manuscrito de 04 de Abril de 2013, escrito na Biblioteca Nacional de Lisboa, entre as 13H41 e as 14H08.
Postado, no blogue, em 04 de Abril de 2013, na Biblioteca Nacional de Lisboa, entre as 14H14 e as 14h20.